26.1.04

a morte

O meu pai bem me diz,"é a única coisa que temos como certa, não a renegues"
Mas o que mais me assusta não é a morte propriamente dita mas tudo o que a rodeia.
Dificil vai ser aguentar os rituais que ainda hoje vi relatados pelo MK, sim é necessário tornarmo-nos numas fortalezas para não ruir perante a dor da perda, nossa e de quem nos rodeia, aceitar os protocolos que me revoltam de tal forma que agonizo em raiva,"temos de aceitar é a tradição".
Pois eu dispenso as tradições e as suas hipocrisias, também as palavras sagradas de salvação, nada me dizem.Considero todo aquele último préstimo á pessoa que se foi, um enorme prolongamento da dor dos familiares e amigos.Respeito quem através destes gestos acha que cumpre o seu papel, quem á fé se agarra para não sentir o vazio mas ensinaram-me uma coisa: "usufrui os mais velhos enquanto eles cá estão,não são depois as flores que vais pôr sobre a campa que têm algum significado."

É uma pena que apenas quando já não há nada a fazer que todos se reunam para acarinhar a pessoa.por maiores que sejam os ramos de flores que tragam, chegaram tarde demais...

ccc
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