20.1.04

Uma só vida não me chega


como alimentar alma tão sôfrega
se o dom da escrita não me foi dado?

Escrever...
tornar o pulsar das minhas veias
legível,
ordenar as palavras que habitam
esta mente incessável,
reviver as emoções, sensações,
que os meus olhos captam,
das realidades aprisionadas.

esta caneta não me libertará
esta pobre folha não me preencherá
nada do que aqui ficou retido
me compensará

pois uma só vida nunca
me chegará...

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