23.2.04

Desespero em saciar fome que não é fome,
Desfalecimento que percorre as veias vermelhas,
Desassossego que só deveria ser sossego,
Luz descontínua que me deixa cega.
Solidão,
De quem se sente acompanhada
E não consegue estar só.

Como companhia tenho belas palavras,
Nelas encontro simpatias por este aperto.
Os sons, em vão tentam reanimar
Este ser quase sem cor...
Apenas o fechar das pálpebras
E o cair no esquecimento
Me apazigua a alma.

Paz supostamente implantada,
Muitas foram as fórmulas estudadas;
Equações filosóficas,
Teorias do campo cognitivo,
Somatórios de vidas ouvidas,
Experiências comprovadas,
Mas paz não sei criar,
E a frustração reaparece.


ccc
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