Ao longo destes meses fluiu muito de mim, apenas sei que tenho algo que me faz amar as palavras. Agora tenho necessidade de me reler e reencontrar.
Volto a aqui a deixar o meu texto mais "marcante", que acabou por ser o início de como me sinto e não de como me pensava.
Olhos abertos? Olhos fechados?
Ela olha-se ao espelho, ouve o som das ondas incessável, e vê-se; sente-se salva. Volta a procurar a imagem no espelho, memoriza os traços, identifica a expressão e volta a ouvir o mar,
Começa o reencontro…
Sente-se frágil, não há retorno, uma vez atingido o tão imaginário cenário de libertação não há como voltar ao aprisionamento do dia-a-dia, ao visível bem-estar.
Vem o dilema, o eterno dilema do conhecimento, tão procurado mas sempre provocador de insatisfação. Olhos abertos? Olhos fechados? Surge a raiva contra a vida, contra o libertador. O desespero de quem acordou e não consegue voltar a adormecer, de que lhe serve permanecer acordada? Sonha e inventa; revive imagens apenas imagens. Tudo o resto se encontra bloqueado, não consegue ouvir, cheirar, sentir. O passado é um filme mudo a preto e branco, a cor foi anulada, o som foi apagado … não iria suportar o peso da paixão, a cor das imagens, o prazer dos sons.
A ilusão de um dia voltar a ver o filme original impede-a de enfrentar a realidade, agarra-se a ela com todas as suas forças. É mais fácil, bem sabe que muitos filmes virão e que este foi o que quebrou o que estava selado mas não o que lhe dará uma vida colorida como tanto anseia.
Aos poucos a coragem reaparece, sabe o quanto tem de lutar, não fosse ela uma eterna lutadora, sabe o preço a pagar por percorrer o caminho menos percorrido. Olhos abertos? Olhos fechados? A resposta está dada só resta que surja o momento para a libertar, no fundo ela sempre soube mas o caminho até à superfície é longo e doloroso. Ela não está sozinha mas tem de o percorrer sozinha. É bom sentir que não tem prazos, é bom saber que a solidão acabou, é bom poder entregar-se desta forma e saber o nome do destinatário. É aconchegante a cumplicidade, é relaxante a perda de pudor, é fortalecedor a certeza, é admirável a pureza, é indispensável a simplicidade e a tão esperada sinceridade.
Por tudo isto ela sabe que está para breve, mas a ânsia acalmou, o medo começa a desvanecer-se pois a imagem no espelho não mudou, o som do mar mantém-se, o bater das ondas não vai cessar…
ccc
Volto a aqui a deixar o meu texto mais "marcante", que acabou por ser o início de como me sinto e não de como me pensava.
Olhos abertos? Olhos fechados?
Ela olha-se ao espelho, ouve o som das ondas incessável, e vê-se; sente-se salva. Volta a procurar a imagem no espelho, memoriza os traços, identifica a expressão e volta a ouvir o mar,
Começa o reencontro…
Sente-se frágil, não há retorno, uma vez atingido o tão imaginário cenário de libertação não há como voltar ao aprisionamento do dia-a-dia, ao visível bem-estar.
Vem o dilema, o eterno dilema do conhecimento, tão procurado mas sempre provocador de insatisfação. Olhos abertos? Olhos fechados? Surge a raiva contra a vida, contra o libertador. O desespero de quem acordou e não consegue voltar a adormecer, de que lhe serve permanecer acordada? Sonha e inventa; revive imagens apenas imagens. Tudo o resto se encontra bloqueado, não consegue ouvir, cheirar, sentir. O passado é um filme mudo a preto e branco, a cor foi anulada, o som foi apagado … não iria suportar o peso da paixão, a cor das imagens, o prazer dos sons.
A ilusão de um dia voltar a ver o filme original impede-a de enfrentar a realidade, agarra-se a ela com todas as suas forças. É mais fácil, bem sabe que muitos filmes virão e que este foi o que quebrou o que estava selado mas não o que lhe dará uma vida colorida como tanto anseia.
Aos poucos a coragem reaparece, sabe o quanto tem de lutar, não fosse ela uma eterna lutadora, sabe o preço a pagar por percorrer o caminho menos percorrido. Olhos abertos? Olhos fechados? A resposta está dada só resta que surja o momento para a libertar, no fundo ela sempre soube mas o caminho até à superfície é longo e doloroso. Ela não está sozinha mas tem de o percorrer sozinha. É bom sentir que não tem prazos, é bom saber que a solidão acabou, é bom poder entregar-se desta forma e saber o nome do destinatário. É aconchegante a cumplicidade, é relaxante a perda de pudor, é fortalecedor a certeza, é admirável a pureza, é indispensável a simplicidade e a tão esperada sinceridade.
Por tudo isto ela sabe que está para breve, mas a ânsia acalmou, o medo começa a desvanecer-se pois a imagem no espelho não mudou, o som do mar mantém-se, o bater das ondas não vai cessar…
ccc
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