4.3.04

Mesmo sem estar á espera já consegui que o complexo tema Amor/paixão fosse comentado.
Este espaço deixaria de ser o encontro comigo mesma se não soltasse o que me percorre a mente. Pois então vou tentar:


De sentimentos/emoções só sei falar de dentro para fora, embora existam imensas frases e definições são de fora para dentro, perdem-se .

Já me encatei por alguém ao primeiro olhar, com tal intensidade que ano após ano contínua presente, na sua ausência.
Já vivi relacionamentos prolongados, com o tempo a desgastar a chama inicial, em que sentimentos de outro nível, serenos, os mantiveram.
Já cheguei a achar que sabia o que era o amor, o que era a paixão, tudo muito esclarecido, até um dia...

Um dia em que me perdi nos olhos de alguém e me encontrei. O passado deixou de fazer sentido, o presente era numa outra esfera, o futuro esqueci-o.
Um encaixe perfeito, eu que não suporto esta palavra, perfeição...mas que mais poderei da união de dois seres num só?Plenitude alcançada sem dúvida. Fogo da paixão, amor carnal, amor mental, ternura da entrega.

O futuro mostrou-me que nada sei, é tudo tão complexo, as certezas são tão poucas.Ou não estivessem duas pessoas envolvidas. Falo apenas do que eu absorvi. Entreguei-me como nunca antes o tinha feito, significa isto que já posso dizer "amei"?
Antes também já tinha dito e agora vejo como ainda era inexperiente nos sentimentos.

Como olharei futuramente para esta plenitude vivida, será que algum dia saberei ao certo que nome dar ás emoções sentidas, aos sonhos vividos, ao sorriso profundo que ecoa na ausência da realidade. Será importante?

Apenas sei que muito pouco sei mas decerto não vou deixar de continuar a aprender, não hesitarei ao sentir que uma nova lição se aproxima.
Neste meu percursso duas coisas sempre se mantiveram: o meu racional não consegue dominar o meu instinto e as pessoas envolvidas foram sempre encontradas nos primeiros contactos.

Só uma coisa me parece essencial não deixar que nada, nem ninguém nos faça perder esta vontade de "avançar".

Esta é a Sôfrega, pouco se conclui desta conversa, fica a partilha. Cada um vive o que tem dentro de si como sabe.

ccc

|