10.4.04

Queria saber andar neste mundo a que pertenço e não me vejo, bem ou mal, certo ou errado, verdade ou mentira, a realidade está aqui a rir de mim porque teimo em sonhar, porque me recuso a poisar, quero voar, alto, tão alto que perca de vista a escuridão deste chão que piso. Não quero voltar, não me deixes voltar…lá vem a dormência para aguentar o retorno, chega de mansinho a tristeza de estar e não ser, aconchega-se a frieza de não sentir, estou a retomar o dia-a-dia e chamo-te, a ti que devolves o brilho ao sorriso, que recuperas a cor apagada, que manténs a constância tão esperada…vem…

A dança do aconchego, bela e plena, imaginada e tão pouco findada, pois a alma não se encanta como o corpo gasto, vai continuar a vaguear por entre estas gentes andantes, cansada sem possível descanso.

ccc
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