18.6.04

Na mesa de cabeceira:



«Poesia I, II e III» de José Gomes Ferreira com prefácio de Mário Dionísio.

Aqui está o comentário da Mª Teresa Horta a este livro.

"só vejo esta imagem com que me assemelho
e teve coragem de sair de dentro do espelho"


“ Um eu sôfrego, que não consegue sair de si mesmo, mas só pode respirar na companhia do que fora dele existe, disso a que chama << as formas envolventes >> ( Memória-IV ) :

<< Eu
em mim, contra mim, alheio, desencontro,
prismas, longe, perto…
- monte de palavras
em busca do Instante
onde sempre morro incompleto >>


( cidade inexacta )”

Mário Dionísio

Encontro neste poeta uma posição demasiado extremista como pessoa, a sua escrita é um espelho da sua luta mas também da grande sensibilidade com que vê o mundo. Escreveu poemas que encaixaram plenamente no meu sentir, aqui vem a questão que muitas vezes aparece. O artista e o homem,na poesia acho que é mais simples de lidar com esta questão, as palavras ao entrarem na minha mente tomam as formas do momento. Daí que ao longo dos anos tenha tido grandes discussões com quem me queria ensinar português, melhor obrigar a pensar segundo o que alguém achou mas isto já é outra conversa. O que queria mesmo dizer é que não concordo com a exclusão do trabalho de um artista, em qualquer das ramificações da Arte, tendo como principal razão detalhes pessoais do mesmo.

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