27.8.04

Divagando

Escolho uma mesa afastada dos focos de luz que me incomodam, pego na revista (uma das mais recentes necessidades, para não lhe chamar vicio, tenho de estar sempre acompanhada de letras impressas) e sento-me. A lista é imensa quentes, gelados, exóticos, com gengibre que dá um calor ...



Venha o maravilhoso chá de groselha e flores de sabugueiro, bem gelado.
Banda sonora sempre essencial a um bom momento, Smiths, ouve-se:

Shyness is nice, and
Shyness can stop you
From doing all the things in life
You'd like to

So, if there's something you'd like to try
If there's something you'd like to try
ASK ME - I WON'T SAY "NO" - HOW COULD I ?


Folheio os acontecimentos, aponto no bloquinho de notas: petição para o não pagamento de taxas nas bibliotecas pelas requisições de livros e afins (devem de estar doidos!!!), Poemas da Sophia Mello Breyner na próxima edição, “Minha mãe” com Isabelle Huppert (quase a sair das salas de cinema e eu não vi, uma das minhas actrizes favoritas em mais um papel controverso)



Existem momentos assim em que o todo se harmoniza, na maior parte das vezes em alturas como esta em que tão pouco espero ou procuro. Olho para a mesa o guardanapo desfeito, aglomerado de papéis enrolados e com laços, sim é o meu vício, admito que sempre tenho um, não consigo estar com as mãos quietas (podia dar-me para pior, tirando a cara do empregado não tem consequências de maior por isso posso continuar viciada nos papelinhos). Na última página olho em volta e desperto para o que me rodeia, desencontro-me e regresso ao estado semi-acordado, agrada-me esta liberdade e simplicidade de saborear os pequenos rituais. Através deles encontro um pouco de sossego na ansiedade que me tem devorado.
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