by Stefan Engström
«(...) Não choro a perda da minha infância; choro que tudo, e nele a ( minha ) infância, se perca. É a fuga abstracta do tempo, não a fuga concreta do tempo que é meu, que me dói no cérebro físico pela recorrência repetida, involuntária, das escalas do piano lá de cima, terrivelmente anónimo e longínquo. É todo o mistério de que nada dura que martela repetidamente coisas que não chegam a ser música, mas são saudade, no fundo absurdo da minha recordação.»
Fernando Pessoa
4 Comments:
Relativamente ao comentário deixado no meu blog, confesso que não conhecia o poema em questão embora tenha aproveitado para pesquisar e fiquei agradavelmente surpreendido com a forma como se interliga com o meu texto e, acima de tudo, comigo. Obrigado.
Apesar de não ser uma visita frequente, já por aqui havia passeado algumas vezes. Reconheci automaticamente o teu nick pelos comentários (de qualidade) que costumas deixar no Kafkiano. No que diz respeito a este teu post, todos sentimos necessidade de retornar à infância, rever em câmara lenta aquele nosso gesto tão inocente, descontraído, nosso. E por que será que a infância é sempre a preto e branco?
E pegando na frase "as crianças sao o melhor do mundo" e é impressionante como existem pessoas que conseguem ser tão sujas para elas, abusando e matando.
A fotografia a preto e branco está espectacular e o texto de pessoa como sempre de alto nivel.
Beijos e boa semana***
também já te conhecia de outros blogs e hoje fui lá parar por engano. ás vezes é o acaso que nos conduz a bom porto. Adoro esse poema, diz-me muitissímo. anda em background dos meus pensamentos.
não sei se é preto no branco, sei que tem uma leveza jamais reproduzida, tenho muitas saudades de me sentir pequenina.
Pois isso também me escapa Carlos. Boa semana para ti tb. Beijinho
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