22.9.04

Falava e tão pouco sabia o sentir do que dizia. Há quem aprenda só de olhar, absorva os erros dos outros, cresça assim de longe. Eu só mesmo lá dentro, vou ao fundo e só ao emergir é que começo a ter alguma lucidez, do antes e um pouco do agora, o depois fica para o próximo mergulho. Nem sempre o ter significa usufruir, nem sempre se consegue tirar partido do melhor de nós mesmos, nem sempre se consegue concretizar.
Demora-se a aceitar, a digerir, mas nem que seja por saturação é tempo de seguir em frente.


autor Tinka


Eu não sabia ser tão raro

Estar sem pressentimentos
quando a vida escorre escondida
em águas mínimas e divisórias.
Eu não sabia estar oca
de um vazio insofismável e espúrio
a tanger nódoas de candelabros gastos
com velas iluminando o nada.
Eu não sabia estar tão longe,
esquecida de quem era
ou do que queria.
preenchi esse vazio
com lembraças
daquilo que fui antes de ser
e sem saber e estando muda,
dedilhei as horas com cordas de harpa
esticadas sobre o vão dos dias.

Thereza Motta
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3 Comments:

Blogger maçãzinha said...

Também sinto que a minha capacidade de avaliação é proporcional ao distanciamento dos acontecimentos. Penso que isto é fruto de uma vivência sôfrega... Segue sempre sempre em frente miguinha!

6:11 da tarde  
Blogger Toze said...

Avaliar os outros cada vez é mais dificil, a sociedade coloca uma capa muito dura nas pessoas !Faz com que elas tenham medo e desconfiança. beijo grande :)

Finurias

4:43 da tarde  
Blogger ccc said...

maçãzinha acho que conheces de perto a minha sofreguidão. beijosss

finúrias, é uma chatice ver tantas caras "fechadas", aqui pelo menos longe dos olhares sempre se encontra uma maior entrega. beijo

10:22 da manhã  

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